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03-04-2019
Plano de recuperação judicial é rejeitado e Duque irá à falência
Os credores da Duque S.A. rejeitaram o plano de recuperação judicial apresentado pela empresa durante a assembleia de credores realizada nesta terça-feira (02). Todas as categorias de credores votaram contrariamente à metalúrgica. Foi a segunda tentativa da companhia em evitar a iminente decretação da falência.
Ainda na sessão, os credores Electrolux e Whirlpool propuseram a suspensão do encontro por 60 dias, mas o pedido foi negado pela maioria. A Duque tem dívidas de R$ 130,5 milhões, sem considerar os débitos com o Fisco.
O processo tramita na 6ª Vara Cível de Joinville, sob cuidados da juíza Viviane Daniel Speck de Souza. Os créditos trabalhistas somam R$ 35,5 milhões; os de garantia real outros R$ 35,1 milhões e os da classe de quirografários totalizam R$ 38,7 milhões.
Há outros créditos, ainda. Na assembleia, os trabalhadores votaram, unanimemente, contra o plano. 80% dos credores de garantia real (bancos) também o rejeitaram; e 76% dos quirografários fizeram a mesma opção.
Ícone da industrialização
A Duque, ícone do processo de industrialização de Joinville nos anos 60 a 90 do século passado, está sem produção há três anos. Entrou em crise financeira em 2014 e, desde então, foi encolhendo de tamanho, perdendo negócios e clientes, até sucumbir diante da incapacidade de fazer caixa, ao mesmo temo em que via suas dívidas crescerem exponencialmente em curtíssimo tempo.
A primeira vez em que a Duque quase caiu em falência foi em 2015, mas, em julho daquele ano conseguiu reverter o pedido. Á época, a metalúrgica obteve decisão liminar proibindo o fim da companhia. Dois anos depois, em 5 de junho de 2017, a empresa deixou de pagar qualquer fornecedor e credor.
O passo seguinte em direção à provável decretação de falência foi dado pelo banco Itaú, em 26 de abril de 2018, quando oficiou, à Justiça, formal pedido de falência da empresa joinvilense. Mesmo assim, oito dias depois a Justiça concedeu mais uma oportunidade para os gestores da empresa tentarem salvar o negócio.
Onze meses depois, o resultado da assembleia de credores, nesta terça-feira, 2 de abril, mostrou que a salvação é praticamente inviável, diz o administrador judicial Agenor Daufenbach Junior, da Gladius Consultoria.
— A falência é praticamente inevitável, pelo que diz a lei. Não há mais uma interpretação alternativa, como houve na primeira vez, quando reverteram a falência — afirmou.
Fonte: NSC Total