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08-11-2022 

Grupo Latam reduz dívida e sai da recuperação judicial

O grupo Latam, que controla a brasileira Latam Airlines, anunciou nesta quinta-feira que concluiu com sucesso o seu processo de recuperação judicial nos Estados Unidos (Chapter 11), iniciado em maio de 2020 para reduzir a sua dívida e acessar novas fontes de financiamento. Com o passo, todas as filiais da empresa saíram da reestruturação, disse o presidente do grupo, Roberto Alvo.

“É uma vitória, depois de um processo que durou cerca de 30 meses. Ele veio em um momento muito difícil para a indústria aérea. Operávamos mais de 1,2 mil voos diários e passamos a operar quase zero [por causa da pandemia]”, disse o executivo, na noite desta quinta-feira.

A aérea iniciou o processo de recuperação judicial em maio de 2020, ao passo que a filial brasileira foi inserida alguns meses depois. Segundo o executivo, o grupo tem apenas algumas pendências de documentos a serem entregues à justiça dos Estados Unidos, mas trata-se de formalidade.

Atualmente, o grupo recuperou cerca de 75% da sua oferta de voos do pré-pandemia globalmente. A aposta, segundo Alvo, é retomar 85% até o final deste ano. No mercado brasileiro o grupo está perto da retomada total, enquanto na Colômbia e Equador a operação já supera hoje o pré-pandemia. Entre 2021 e 2022, o grupo adicionou 10 novos destinos no Brasil e planeja operar 36 novas rotas até 2023.

Alvo destacou que a aérea terá uma situação financeira mais favorável hoje. Quando iniciou o processo de Chapter 11, o grupo tinha cerca de US$ 11 bilhões em dívidas, número que foi para US$ 7 bilhões agora.

O executivo disse que a nova divisão acionária ainda está em elaboração, uma vez que ela depende da decisão dos acionistas e credores de converter os bônus em ações - processo a ser concluído nos próximos 60 dias.

Ele afirmou que, caso os acionistas (a família Cueto, Delta e Qatar Airways) resolvam converter 100% dos bônus que têm direito (cenário considerável provável), eles vão ficar com cerca de 27% das ações empresa. Os credores vão ter aproximadamente 67% (também a depender da conversão), sendo os fundos Sixth Street, Strategic Value Partners e Sculptor Capital os de maior representatividade dentre as cerca de 80 instituições. O remanescente, cerca de 4%, ficará na mão de outro grupo de vários credores de menor porte.

O grupo convocou para o dia 15 de novembro a assembleia geral extraordinária para renovar o conselho de administração. No total, o grupo de acionistas (a família Cueto, Delta e Qatar Airways) poderão nomear quatro conselheiros, sendo outros cinco nomeados pelos credores. Até a data da assembleia as indicações vão ser enviadas, ao passo que serão divulgadas pela Latam.

Recentemente, o grupo Latam implementou uma joint venture com a Delta que permite que os passageiros acessem mais de 300 destinos entre Estados Unidos/Canadá e a América do Sul (Brasil, Chile, Colômbia, Paraguai, Peru e Uruguai). Alvo foi questionado acerca do negócio, mas se limitou a dizer que todas as autorizações necessárias já foram recebidas e que em breve terá novidades.

A parceria é importante para que o grupo consiga ganhar mais musculatura na região e manter sua posição de liderança. Os executivos do setor aéreo são unânimes em dizer que no pós-pandemia as empresas precisam ser unir e assim enfrentar desafios como a alta do combustível e salto no endividamento.

Recentemente, a American Airlines assumiu uma participação de 5% na Gol. Já os acionistas da Gol, em outro movimento, tentam criar com os acionistas da Avianca a holding Abra, que abrirá uma janela de sinergia entre as duas aéreas que poderá pôr em risco a liderança da Latam.

A corrida por parcerias tem deixado a Azul em alerta. A empresa tem sido questionada acerca do futuro da sua parceria de codeshare com a United, cujo acordo de exclusividade se encerra em fevereiro de 2023. A Azul, por sinal, foi um agente relevante no processo de recuperação judicial da Latam ao tentar comprar, via negociação com credores, a operação no Brasil ou até todo o negócio. O plano, porém, não prosperou.

Fonte: Valor Econômico

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