A Duque S.A., tradicional metalúrgica de Joinville, continua com grandes dificuldades financeiras e nem a estratégia de pedir recuperação judicial desde 2015 resultou positivamente. Bem ao contrário: o pagamento da folha de salários dos funcionários da fábrica está atrasada desde outubro de 2017 e a administração judicial não recebe seus honorários desde julho. Os problemas são enormes, a ponto de já terem acontecido alguns cortes de energia e de fornecimento de gás natural.

Agora, na tentativa de ganhar tempo antes que a situação econômico-financeira se deteriore ainda mais, a MH Administração e Participações Ltda. (Duque) quer realização de nova assembleia de credores para apresentar um investidor que estaria disposto a comprar todo o patrimônio. A informação é do administrador judicial Agenor Daufenbach Junior, da Gladius Consultoria.

Ele explica:

– Mas como isto – a possibilidade de venda do patrimônio nesta etapa – não está previsto no plano de recuperação, é obrigatório ter a autorização de nova assembleia de credores. Na prática, isso significaria começar tudo novamente. Algo difícil de se efetivar. Atualmente, somente a Electrolux põe pedidos, mas obviamente insuficientes para a manutenção da atividade regular.

Faturamento e produção em queda

Em fevereiro deste ano, a companhia faturou R$ 216 mil e produziu 20.344 peças. O comparativo com os anos anteriores dá bem a ideia de como tem se acentuado a queda. A média mensal de faturamento em 2015 foi de R$ 992 mil; a de 2016 somou R$ 982 mil; e no ano passado recuou para R$ 684 mil.

Significa dizer que as receitas, em fevereiro deste ano, foram menos de um terço do apurado na média mensal do ano passado e quatro vezes menor do que as da média mensal de 2015.

Recuo

A produção mensal (média) em 2015 foi de 130 mil peças, quantidade semelhante à do ano seguinte, mas caindo para 87 mil na média mensal de 2017.

Daufenbach Junior informa, em seu relatório de fevereiro sobre as atividades da Duque, que a devedora MH Administração e Participações Ltda. (Duque) não apresenta balancete contábil mensal desde a concessão da recuperação judicial pelo Tribunal de Justiça de Santa Catarina, em 2 fevereiro de 2015. O processo tem o número 0004041-62.2014.8.24.0038 (0038.14.004041-0).

Por Claudio Loetz

Fonte: NSC Total