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30-03-2021 

Dívida da Máquina de Vendas sobe para R$ 5 bi

A dívida que precisará ser reestruturada no âmbito da recuperação judicial da Máquina de Vendas, controladora da varejista Ricardo Eletro, aumentou de R$ 3,9 bilhões para R$ 5 bilhões. A elevação aconteceu após manifestação da Laspro Consultores, nomeada administradora judicial do processo, encaminhada ao juiz da recuperação na sexta-feira.

Pedida em agosto do ano passado, a recuperação judicial do grupo é a maior da história do varejo brasileiro. Agora, a Laspro apresentou uma nova lista de credores, com valores atualizados, a partir do documento inicialmente apresentado pela companhia.

O administrador informou ao juiz que, ao apresentar a sua lista, a Máquina de Vendas levou em consideração valores que credores têm a receber com um deságio que havia sido renegociado no âmbito de uma recuperação extrajudicial iniciada em 2019. No entanto, observou a Laspro, o próprio plano de recuperação extrajudicial da companhia previa que, no caso da necessidade de judicialização do processo, as condições dos credores voltariam ao status anterior, sem o deságio.

No entendimento do administrador, manter o deságio significaria permitir” a sobreposição de condições especiais de pagamento sobre condições especiais de pagamento”. Ou seja, “as recuperandas se valeriam de duplo desconto das dívidas, fato este que não pode ser admitido”, afirmou.

A Laspro, então, refez as contas e, nos casos em que houve pagamento parcial, abateu do saldo já atualizado.

Giovanna Michelleto, diretora jurídica da Máquina de Vendas, afirma que a empresa protocolou a lista dos valores com o deságio por entender que a cláusula da recuperação extrajudicial seria nula, em função da pandemia. “No nosso entendimento, nós não estávamos protocolando um pedido de recuperação judicial por conta do insucesso no processo extrajudicial. Mas, sim, por conta da crise da covid, um evento extraordinário, de crise sanitária, que levou ao fechamento das lojas”, afirma a advogada. No momento do pedido, cerca de 90% da receita da varejista eram provenientes de seus 320 pontos de venda físicos.

Giovanna ressalta, no entanto, que o grupo respeita o posicionamento do administrador judicial e afirma que a companhia não descartava a possibilidade de isso acontecer.

“Na prática, os credores terão seus créditos majorados. Mas essa alteração não interfere no quórum de aprovação do plano de recuperação que estamos negociando, nem na estratégia principal da companhia, que é focar o pagamento de pagamento de credores trabalhistas”, afirma a executiva.

A partir da publicação da lista de credores elaborada pelo administrador, será possível convocar uma assembleia para tratar do plano de recuperação.

O plano da empresa prevê a possibilidade de negociação de dois centros de distribuição próprios que podem ser alvo de proposta de eventuais interessados em leilão.

Fonte: Valor Econômico

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