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11-06-2014 

Busscar tem novo gestor judicial após assembleia em Joinville

Agenor Daufenbach foi eleito com 92,39% dos créditos durante a votação

Agenor Daufenbach será o gestor judicial do Grupo Busscar nesta nova fase de recuperação que a companhia está vivendo. Quem definiu o nome foram os credores, durante assembleia geral que ocorreu na tarde de ontem no Expocentro Edmundo Dobrawa. Daufenbach acumulou 92,39% dos créditos durante a votação.

Apesar da vitória esmagadora, foi Paulo Zimath quem teve a maioria dos votos – principalmente da classe dos trabalhadores. Ele somou 630 votos enquanto Daufenbach fez apenas 87. Isso aconteceu porque a eleição foi calculada com base nos créditos devidos e não por pessoa.

A principal classe de credores da Busscar, que representa 52% dos créditos, é a de quirografários. Foram os votos deles e dos credores de garantia real que definiram a votação.

Mesmo com a maioria dos trabalhadores optando por Zimath, ele obteve 7,51% dos créditos. Os outros dois candidatos, Obregon Soares e Luiz Meirelles, somaram 0,08% e 0,02% dos créditos, respectivamente, ou seja, somente 13 e seis votos. O próximo passo será a homologação da eleição pelo juiz da 5ª Vara Cível, Marco Guizzi Machado. Depois, o gestor eleito terá 48 horas para se apresentar perante o juiz. Mesmo que o resultado não tenha sido o que os trabalhadores desejavam, o presidente do Sindicato dos Mecânicos de Joinville e Região, Evangelista dos Santos, avalia positivamente a escolha de Daufenbach. “Se ele tiver uma ferramenta adequada, ou seja, um bom plano de recuperação, ele tem a possibilidade de fazer um bom trabalho. Independente do voto dos trabalhadores hoje, a classe, representada pelo sindicato, está à disposição dele para colaborar”, declarou Santos.

Segundo o administrador judicial da Busscar, Rainoldo Uessler, nesta segunda (16) encerra o prazo para apresentação do plano de recuperação judicial da companhia nos autos do processo. “A partir de protocolado o plano, os credores terão 30 dias para analisar o plano, e o juiz vai marcar uma nova assembleia de credores para, aí sim, discutir o plano, o que deve ocorrer no final de julho”, observou Uessler.

Desde que os sócios Cláudio e Fábio Nielson foram afastados da gestão do grupo, quem assumiu o cargo de gestor judicial foi o próprio Uessler. “A partir de agora volto a ser o administrador judicial, que tem como função fiscalizar os atos do gestor judicial”, explicou Uessler. O Grupo Busscar tem dívida contábil de R$ 1,623 bilhão.

“Não temos como fazer mágica”

Afirmou o advogado dos sócios da Busscar, Euclides Ribeiro Silva Junior. Segundo ele, a melhor forma de se resolver o problema da Busscar é aprovar o plano para dar prosseguimento à recuperação judicial. A empresa VR Consultores Associados está a cargo da elaboração do documento.

Segundo o advogado, o plano contemplará o pagamento para os credores de forma que a empresa possa continuar funcionando. “Infelizmente não consigo gerar riqueza sem produção”, declarou.

Para os trabalhadores, ainda quando o primeiro plano de recuperação foi apresentado, existia a proposta de conversão de 12% das cotas da empresa em crédito aos trabalhistas, o que pode ser mantido. “Temos que achar forma de captar dinheiro através da venda de ativos não operacionais, através da venda da Tecnofibras que tem valor hoje, e com base nesse dinheiro conseguiremos pagar um pouco aos trabalhadores e assim iniciar a produção”, disse Silva Junior.

Entrevista com Agenor Daufenbach

O senhor teve um grande apoio das classes quirografários e de garantia real. Já a classe de trabalhadores votou massivamente em Paulo Zimath. Como será o relacionamento do senhor com a classe trabalhista?
R: Além de uma reunião do sindicato em que participei, acabei de falar com o Zimath que concorreu comigo, e ele imediatamente se disponibilizou para trabalharmos juntos. Eu respeito não só o critério de votação era por valor, como minha campanha foi buscando credores de maior expressão, mas respeito intensamente o voto individual dos trabalhadores pela pulverização que cada um representa e como estes votos se refletiram no Paulo Zimath eu estou buscando nele, além da experiência dele na empresa, um suporte para trabalharmos juntos. Queremos levantar a empresa, e não fazer disputa que ultrapasse o dia de hoje.

O advogado dos sócios da Busscar, Euclides Ribeiro Silva Junior, disse que seria muito importante a participação do novo gestor na elaboração do plano. Porém o prazo de entrega já é nesta segunda. O plano ficaria, então, sem as ideias do gestor?
R: É possível que haja modificativos no plano, pois a lei prevê isso. Como o plano vem aos autos no dia 16 e haverá 30 dias para objeções, e só então será marcada a assembleia, há espaço para que o plano seja alterado, desde que a empresa concorde. Se a empresa abrir este caminho de diálogo, junto com os credores, estaremos dispostos a contribuir.

Qual a medida essencial a ser tomada pela Busscar para conseguir a recuperação?
R: Não só a Busscar, mas todos os interessados na Busscar – credores, a empresa, os sócios – devem chegar num acordo, se não der na composição do plano que já está para ser entregue, num modificativo que contemple a volta da empresa, com o pagamento ainda que parcial aos trabalhadores e o reinício das atividades. Acredito que a principal medida será o diálogo.

Isabella Mayer de Moura Joinville

Fonte: Notícias do Dia

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